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17 de mar. de 2011

Ode ao amor


Minha mulher está um pouco esquecida.
Pode até queimar o feijão.
Mas do meu prato preferido não se esquece não.
Os seus cabelos estão alvos como neve.
Mas continua linda.
O pescoço está enrugado e o dentista ela pagou caro.
Sua idade é avançada, mas o que são alguns anos.
Quando dorme ela parece um anjo, quando levanta uma fada.
Quando sorri mostra toda a sua alma que é branca.
Quando fala mostra toda a sua bondade que encanta.
Quando a olho vejo aquela menina que conheci, toda cheia de sonhos.
Não sei se realizou todos, mas ainda faltou algum sei que irá atrás dele.
Eu sei que é feliz, porque assim ela quis.
Seus males ela espanta porque canta.
Não se lembra de suas dores só dos sabores.
Ama a vida e a família reunida.
Rezo a Deus para que me leve antes dela.
Pois ela tem as lembranças felizes, seu crochê, seus livros, sua música, seus contos.
E todas suas crenças de reencontro.
Eu só tenho o seu amor.
Não sei se poderia suportar a dor.
De ao invés da sua alegria, sua fé, seu amor, sua esperança;
Ficar somente com a sua meiga lembrança.
Iride Eid Rossini
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